A chuva cai, lavando a calçada, mas não minha culpa. Pois não há pecado pior que a inércia. Pecado tão pesado quanto sua punição, ainda em vida. E minha barba branca é prova de tão vil punição.
O fundo do copo me faz companhia, junto com as tristezas e as mágoas da vida. Minha alma se desfaz na mesa de um bar como o gelo se desfaz na dose de uísque barato. E meu último fio de dignidade se vai, junto com a fumaça do cigarro levada pela brisa noturna do verão.
2 comentários:
Ignorar alguém, para não ter de oferecer ajuda, fingir não ver alguém passando por dificuldades.... Quem não faz isso, meu caro?
O homem é assim, resta a ele, apenas, a culpa.
Bom texto!
Embora admita que todos nós, vez após vez fazemos isto, concordo plenamente com as palavras!
Um abraço!
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