terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

No silêncio da madrugada

Meus pés estão cansados, o tênis aperta. Sinto certa dificuldade para respirar e a cada passo que dou parece que mais longe fico. A rua está deserta, sem carros. Pouca iluminação, um dos raros momentos de silêncio na cidade.

Agradeço aos céus quando vejo a portaria do meu prédio. Pego o elevador, encaro meu reflexo no espelho e me pergunto onde diabos estou me metendo. Entro em casa silenciosamente para não acordar ninguém.

Fecho a porta do meu quarto e abro a cortina, acho o leste. Como na música, o Sol estava desvirginando a madrugada e eu acabava por sentir a dor daquela manhã. Tiro os tênis, meus pés estão inchados. Coloco a primeira bermuda que vejo e vou até a cozinha tomar um copo de leite.

Quando finalmente deito na cama, alguns pássaros rompem o silêncio da madrugada. Em seguida, o som dos primeiros carros.

Ao encarar o teto do meu quarto, recordando a noite que tive, percebo que perdi mais um dia de vida na minha egoísta e burra procura por prazer.